sábado, 28 de novembro de 2009

Aturar...

... uma sala cheia de pitinhas histéricas que soltam gritinhos quando um dos protagonistas tira a t-shirt e mostra os abdominais, e que batem palmas no final do filme (fraquito, por sinal...). Não há paciência!

Alexandre Desplat
"The Meadow"
New Moon OST

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ouvir e sentir (LXXXIII)

Porque durante seis dias, seis miseráveis dias, vivi na suave incerteza que se calhar, talvez...
Porque o ano está quase a acabar. E eu queria muito continuar a acreditar. Que os milagres existem. Ou que basta ter um pouco de paciência. E que os anjos de caracóis têm mesmo poderes. Queria tanto não perder a esperança.

Djavan

"Nem um dia (um dia frio)"

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Conversa (daquelas)

- Olha, vais levar o lixo?
- Estamos os dois de pijama e robe, porque não vais tu?
- Porque eu estou doente!!
- Ah bem, agora tocaste-me no coração...
- E porque fiz o jantar! E fiz o que TU querias!
- Anda um gajo a esforçar-se por pedir uma coisa simples, que não dê muito trabalho, para isto... para a próxima peço pato no forno com barbas de milho.
- E eu digo-te onde enfiares as barbas de milho...

E um feriado

Acordar à uma. Passar a tarde toda de pijama no sofá. A beber chá e comer tangerinas. E ver o Ice Age 3. O último dia deste fim de semana grande foi passado assim. Aninhada, confortável, serena.
Amanhã vai doer. O que me consola é saber que só trabalho mais 3 dias. Depois entro de férias.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Outro domingo

Acordar tarde (e sozinha, que não se pode ter tudo...) e fazer um bolo de iogurte com maçã para levar para o almoço de colegas. Almoçar com muita bicharada à volta mais um papagaio que mia.

E trazer para casa mimos da horta.

Passar o resto da tarde no sofá a ver o Mansfield Park de 1999, que só fui procurar porque vi o post da Abby. Não fiquei desapontada, é um filme de época como eu gosto, com excelentes cenários, um bonito guarda-roupa e um final feliz. Fazer canja de galinha para juntar às litradas de chá com mel e limão que me acompanham nos últimos dias. E outro bolo de iogurte, com amêndoas e nozes.

Ouvir e sentir (LXXXII)

Porque esta música não me sai da cabeça desde que acordei (o facto de estar de férias hoje é capaz de ter alguma coisa a ver...).

Regina Spektor
"Us"

domingo, 22 de novembro de 2009

Recear

Hoje, pela primeira vez, tive medo da gripe A. Os nossos planos de passar um domingo em pijama foram por água abaixo quando telefonaram a avisar que a avó R. tinha caído no galinheiro. Não se magoou, foi só mais uma das crises de Ménière, que não tería acontecido se ela tomasse os medicamentos como deve de ser e não andasse a apanhar a azeitona com 89 anos.
Toca de ir buscá-la, pô-la dentro do carro e seguir para o hospital. E foi quando chegámos e entrámos naquela sala de espera superaquecida e com pessoas de máscara (quase todas mães com crianças) a serem encaminhadas para uma sala minúscula e a abarrotar de gente é que me assustei. Não é cá fora que há mais probabilidades de apanhar a doença, é ali! Aquilo é um paraíso para os vírus e toda a bicharada que anda pelo ar! Estive quase tentada a pedir uma máscara para mim, para me proteger, porque ando com o organismo ligeiramente fragilizado e pela incerteza. Optei por passar a maioria do tempo na rua, enquanto ele acompanhou a avó nas quase três horas que demorou (vá lá, vá lá...).

Ouvir e sentir (LXXXII)

Snow Patrol
"Crack The Shutters"


Delirar (II)

- Olha aqui o nosso próximo carro! Parece uma cabra tonta aos saltos!
(e depois sou eu que estou com febre...)

sábado, 21 de novembro de 2009

Dar colo

Hoje a Joana fez anos. A Joana que é muito mais do que a Joaníssima, a Joana que é um amor de pessoa e que tem um lugar cativo no meu coração, porque me recebeu de braços abertos sem me conhecer de lado nenhum, e que continuou a acarinhar-me mesmo depois de me conhecer (podia não ter sido assim).
Como (ainda) não é possível abraçar alguém pela net, ou enviar a caixa de 24 Ferrero RondNoir que tenho aqui na mesa, resta-me um pequeno miminho para recordar um dia especial.

Na terra da avó... (IV)



... hoje descobri que o avô C., que vai fazer 90 anos no próximo dia 26 de Dezembro, que está praticamente cego e surdo (mas todos os dias de manhã faz questão de ouvir o noticiário da rádio e sabe dizer com uma lucidez impressionante o que andava a fazer em qualquer data que lhe perguntem), sabe sempre quando nós chegamos, porque sente o meu perfume.

Conversas ao almoço (III)

- Vais pôr mel em cima dos crepes chineses?!
- Vês porque é que Cristovão Colombo nunca tería descoberto a América se tivesse uma mulher, vês?!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Momento (LXXXVIII)

Hoje não houve cinema (nem compras). Houve pijama, sofá e manta (e leite quente com mel para os primeiros indícios de uma bronquite). E casas de sonho vistas na net. Quando fôr grande quero ter um alpendre, daqueles típicos das casas coloniais americanas. Assim adormeci no sofá, a sonhar com um alpendre. E foi assim que ele me encontrou quando chegou. Afastei as almofadas felpudas para o sentar perto de mim, para poder deitar a cabeça no seu colo. E adormecer novamente, enquanto ele me tapava as costas com a manta.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Momentos (LXXXVII)

Disse à I. que a planta que me tinha dado gostava do cantinho que lhe arranjei junto à janela da cozinha, onde tem luz natural todo o dia. Hoje tinha outra planta à espera debaixo da secretária.

E tivémos um almoço de trabalho impecavelmente confeccionado e servido por alunos do curso profissional de Hotelaria. Com todos os cuidados de quem está a ser avaliado a cada gesto (a ponto de nos vir pedir desculpa por ter perguntado quem era a "senhora" mais velha da mesa, porque não conseguia saber quem devia servir primeiro).

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Private (IX)

Uma picada. Sentida ontem à noite, assim do nada. Sei o que quer dizer, e fiquei à espera. Não aconteceu. Até agora. E relembro o Manuale D'Amore 2. E que o ano ainda não acabou. Uma picada.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ouvir e sentir (LXXXI)

O som faz eco nas paredes quase vazias do "solário". Mas anima a manhã antes de um almoço alegre (burras no forno, que raio de nome...) com ele, o puto mais velho e a C.
Dou-lhes a chave de casa e mando-os ir dormir a sesta. E volto para o escritório com uma mão cheia de bombons Serenata de Amor que o puto me deu.

U2
"City Of Blinding Lights"

domingo, 15 de novembro de 2009

O melhor do fim de semana (VI)

O sorriso da C., cada vez gosto mais do sorriso dela, e cada vez ela sorri mais, à medida que nos vai conhecendo melhor e se vai sentindo mais à vontade. Sentir a felicidade do puto ao lado dela, é quase palpável. Vê-lo crescer mais nestes últimos meses do que nos últimos anos (uma mulher muda um homem, digam o que disserem...) e vê-lo fazer planos com uma ponderação e cuidado que me deixam de boca aberta (e tão orgulhosa!).
Saber que o dia passado em pijama e a tarde sozinho em casa foi a melhor coisa que lhe podia ter acontecido hoje. Sei como estes momentos de introspecção são importantes para ele, respeito esta necessidade de silêncio porque também a tenho e compreendo. E o sorriso quando voltámos valeu por todos os beijos que não demos. Porque sabê-lo sereno deixa-me tranquila. E feliz.
Torcer o nariz a sair numa noite chuvosa, e preferir um jantar caseiro de lasanha, salsichas à brás e profiteroles encharcados em topping de chocolate e morango.

O que realmente importa

A chuva de sábado à noite pode ter sido muito boa para os vendedores de guarda-chuvas (até bateram palminhas!) mas para quem tinha planeado umas horas no picadeiro da Gol.egã a admirar cavalos, não teve piada nenhuma. Isso e as unhas (se fosse só as unhas...) negras do empregado de mesa que nos serviu o jantar numa tasca improvisada, daquelas refundidas atrás de um portão de garagem e que só existem para (e por causa d)a Festa.
Mas até isso foi motivo para risos e boa disposição, isso e tudo o resto, dos mojitos ao vinho da casa, do entrecosto substituído por costoleta de novilho por engano do (mesmo) empregado "mas oh chefe, eu não me importo, que isto está muito bom!", dos moranguitos e pastéis de nata às conversas que se vão desenrolando sem darmos conta, temas sérios misturados com as brincadeiras do costume. E os amigos, sempre os amigos que tornam estes momentos especiais, e não é preciso muito, juntem-nos à volta de uma mesa com uns copos à frente (e qualquer coisita que se coma, já agora...) e nós fazemos o resto.
O puto mais velho e a C., com muito à-vontade num grupo que estão agora a conhecer, o espírito aberto e a confiança que aqui vão ser felizes (está quase...). E eu, mais uma vez, qual mana mais velha babada e lamechas, fiquei feliz de os ver ali junto dos nossos amigos, e saber que se sentiam bem (depois de os ter envergonhado descaradamente quando reparei nas alianças de compromisso).

sábado, 14 de novembro de 2009

Sorrir (II)

"- What happens when you fall in love?
- You believe in that?
- It's love, it's not Santa Claus. "

This is not a love story. It's a story about love.

The Temper Trap
"Sweet Disposition"
(500 Days of Summer OST)



Um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos, lindo em todos os aspectos, uma história de amor contada de forma inteligente e inesperada, e uma banda sonora maravilhosa que eu tenho de arranjar rapidamente para passar on and on no "solário" (só gostava de saber se algum homem sofre mesmo assim por amor...).

Cumprir (II)

Tinha prometido à Against que mostrava a minhas novas chucks (non All Star) quando as comprasse. E eu gosto de cumprir o que prometo, senão mais vale estar calada...

Pronto, e os botins cinzentos que estavam a chorar a um canto, tipo cachorrinhos abandonados, a implorar que eu os trouxesse...

... e já me convenci que todo o dinheiro que gasto na Calzedonia é bem empregue.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Terminar bem...

... a semana, com compras e um filme. Ultimamente as minhas sextas-feiras são assim. Aproveito ele ter aulas à meia-noite, e vou ao cinema ver os filmes que ele não faz muita questão de acompanhar. E faço raids pelas lojas. Como junke food e sento-me numa esplanada a ler a Vogue. É uma forma de encerrar a semana, como o primeiro cigarro do dia fumado à janela em casa é a minha forma de encerrar um dia de trabalho.

Two Steps from Hell
"Master of Shadows"

2012 OST

Sonho (III)

A noite passada tive um dos sonhos mais marados que me lembro: tinha organizado uma festa de aniversário, estávamos todos num quarto enorme mas muito escuro, mais parecia um dormitório. Várias pessoas, lembro-me do N. e da C. a jogar num portátil enquanto o D. olhava para eles. E assim do nada o Sr. D. vem pedir para eu fazer uma guia de transporte porque tinha um motorista à espera no corredor, e eu tentava freneticamente fazer a guia, mas de cada vez que mandava imprimir dava um erro, e não gravava, e eu tinha de fazer tudo outra vez. O Sr. D. ralhava comigo porque estava à espera e estava a ficar furioso, eu queria fazer o documento mas já não podia porque o D. tinha pegado no portátil e estava a jogar, eu comecei a desesperar e a chorar, até ele (o meu ele) vir ter comigo e agarrar-me pelos ombros e dizer para eu me controlar.
Mais tarde fui buscar a minha carteira que estava em cima de uma das camas do quarto que parecia um dormitório escuro, e assim que peguei nela senti-a muito leve, abri-a e vi que estava vazia, corri para a cozinha e gritei para ele e todos os outros que estavam na varanda, gritei que me tinham roubado tudo o que tinha na carteira, e eles largaram os copos que tinham nas mãos e entraram logo para dentro da casa.
(acho que nem um intérprete de sonhos conseguia descortinar o que vai no meu subconsciente...)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Acarinhar (II)

A nossa Paula faz hoje 25 anos. Tenho este video guardado há meses, de propósito para ela. O nome é outro, pronto, mas o que conta é a intenção. E dizer-lhe que gosto muito dela, e tenho saudades, e que agora está mais longe mas realizada, numa casa que pode chamar dela, e que com o tempo será um lar.
E eu espero sinceramente que ela esteja feliz.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uma tarde diferente

E sempre a dança

Maria Pages
"Firedance"


Antecipar

No "solário" ouve-se flamenco antes de ir festejar o S. Martinho.
Porque, por tradição, hoje temos a tarde de folga.

Paco de Lucia e Manolo Sanlucar
Sevillana a duas guitarras




Sara Baras
Flamenco

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Comemorar (II)

O que nunca vira na sua frente estava agora ali: uma casa, uns filhos de que se orgulhar e que nunca iria abandonar, uma existência onde residiria a felicidade das coisas quotidianas, o café partilhado, a conversa sucolenta, o leite quente e os segredos mútuos debaixo das colchas que os abrigariam no Inverno, os passeios pelo cais ao cair da tarde, os cabelos dela a ondularem ao som da brisa, os dias de praia, azuis e amplos (...) os silêncios cómodos do entendimento, os cigarros fumegando de uma boca para a outra, a intimidade das coisas fáceis, os dias do amor."
In: A ilha de Campiro

Se tivesse de comemorar a data do meu casamento, sería hoje. O dia em que assinámos a escritura desta casa, em que pegámos nos tarecos (livros e roupas, basicamente), e começámos a jogar o segundo nível. Há 8 anos.
No sábado estava a falar sobre isso com o N. Foi a melhor decisão que tomei: sair de Lisboa. Quando aqui chegámos não havia quase nada. Um café ao fundo da rua e pouco mais. Agora tenho uma padaria em frente à porta, com pão quente até às 8 da noite. Uma florista maravilhosa que me deixa alegre só de olhar para a montra dela. Uma farmácia na esquina, talho e congelados, e o cabeleireiro com ares de bicha maluca mas casado e com filho.
De vez em quando dizemos que temos de trocar de casa, que queremos um jardim para ter um cão, mas é só conversa, nunca sequer nos dignámos procurar. Porque gostamos de morar aqui. Porque a nossa felicidade continua a ser gostar de voltar para casa. Sou feliz aqui. E sou feliz com ele aqui.

Mary Fahl
"Going Home"

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Nunca esquecer

"Até que um dia (...) entendeu finalmente. Não foi um grande acontecimento que trouxe a luz que lhe iluminou a consciência. Tratou-se antes de um pequeno incidente, uma verdadeira minudência, coisa tão ridiculamente trivial que jamais a guardaria na memória não fosse a poderosa cadeia de raciocínios que tal insignificancia desencadeou, como um minúsculo calhau cuja simples deslocação acidental inicia a devastadora avalancha que tudo muda."

In: A vida num sopro


(A 9 de Novembro de 1989, após várias semanas de distúrbios civis, o governo da Alemanha Oriental anunciou que todos os cidadãos da RDA poderiam visitar a Alemanha Ocidental. Multidões de alemães subiram e atravessaram o Muro, juntando-se aos compatriotas do outro lado, numa atmosfera de celebração e euforia. Começava assim, com um mal-entendido, a Queda do Muro de Berlim, após 28 anos).

domingo, 8 de novembro de 2009

Preguiçar

Para além das 4 t-shirts que ele já não usava há séculos e que eu esquartejei para transformar em camisolas giras para mim (a mãe até se vai benzer quando as vir), o fim-de-semana foi passado quase todo no sofá. A tarde de ontem a passear na net, enquanto ele estudava álgebra com um colega e eu esperava que o N. chegasse com a C. e o D. Jantámos na Gol.egã mas nem chegámos a ir ao picadeiro, tivémos de regressar à pressa, um stress com a mãe da C. , pegaram na mala e correram de volta para Lisboa. Nós ficámos no sofá, a ver o Up (tão, mas tão engraçado, e a nível visual está um espanto!).
Hoje o dia começou às 7 e meia da manhã, com um beijo de bom-dia-e-até-logo antes de sair para um passeio de TT. Eu virei-me para o outro lado e adormeci novamente. Acordei tarde e abri a janela para sentir os chuviscos que caíam timidamente. Vesti uma camisa dele. Tem o seu cheiro. Ocupei o meu canto do sofá, com um prato de salada de esparguete na mão e Anatomia de Grey no ecrã. Foi assim que ele me viu quando chegou.
- Estás sempre a dizer que eu não como. Vês como eu como?
- Às 4 da tarde?!
(E...?!)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Ouvir e sentir (LXXX)

Porque já sabe bem uma manta no sofá. E este silêncio que hoje não me pesa. Acho que já aprendi a viver bem com ele, a aproveitá-lo para mim. Para revirar as gavetas e pôr e tirar roupa e descobrir vestidos do século passado (literalmente) que vão ser umas túnicas lindas depois de a minha mãe lhes pôr as mãos em cima, por exemplo. Para vasculhar o conteúdo das caixas coloridas que guardam tesouros, como as fitas da Benção enroladas dentro de uma caixa de whisky, ou as botinhas de lã brancas que não me deixaram triste, porque não deixo de acreditar.
Porque a casa cheira à tarte de maçã que está no forno. Enquanto espero que ele chegue das aulas. Para abraçá-lo e dizer-lhe que já acabou a semana.

Chris de Burgh
"When Winter Comes" (Live)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Descobrir

Ando a descobrir o maravilhoso mundo dos blogs de street style. Isto tudo porque olho para o armário, sei que tenho roupa mais do que suficiente, mas acho que podia combiná-la de forma mais original e mais descontraída. Aos poucos vou trocando os saltos altos pelas botas rasas, uso menos vezes camisas e tento abandonar um pouco o estilo demasiado certinho. Está a envelhecer-me o espírito. E eu não quero.
E por isso comecei a procurar ideias nesta imensa enciclopédia universal. A maioria delas não me convence, algumas são impraticáveis e outras tantas são mesmo horrorosas e não usaría aquilo nem no Carnaval. Mas pelo meio vou descobrindo algumas pérolas que já estão devidamente adicionadas no Reader (meu amigo do peito, que tanto jeitinho me tem feito).
Vou comprar uns AllStar, acho que combinam com tudo. Os últimos que tive foi pr'aí há 10 anos, e usei-os até à exaustão (deles, não minha). E preciso de uma mala preta, grande, que a minha não resistiu a andar carregada com catálogos em Colónia, e tem as alças a desmembrarem-se. E queria uma bolsa a tiracolo, daquelas que dão com tudo e são a companheira inseparável do sábado à noite (e sim, estou a pedir prendas de Natal, assim como quem não quer a coisa...).
Qualquer dia saco tudo do armário e faço uma razia. Acredito que menos é mais, e mais vale ter uma pequena selecção de peças boas que permitem mil combinações, do que um molho de tralha que nem sequer nos fica bem. Se calhar é já amanhã...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Chorar

É só o que me apetece fazer. Encostar-me num canto muito quieta e soltar toda a tristeza e revolta sem razão aparente. Duas noites de insónia fazem estragos. As razões para a insónia também.
A última vez que fui beber café com a F. ela mostrou-se muito preocupada por eu poder estar a entrar em depressão, e que não podia ser, que não podia estar sempre a pensar na mesma coisa, que tinha de estar calma e relaxada para ser mais fácil conseguir... mas conseguir o quê? Não há nada para conseguir quando se desiste. Esperar? Esperar pelo quê? Ninguém me disse, e eu só queria isso, que falassem comigo, que me explicassem as razões.
E a partir dessa conversa que me soou um pouco encomendada (apesar de eu saber que foi sincera e preocupada) fechei-me ainda mais. Para não parecer neurótica, para não "incomodar" o(s) outro(s). Porque este assunto tornou-se um incómodo, um tabu. E isso é o que mais me dói.
Compreendo (como compreendo...) que há pessoas que se fecham, que simplesmente ignoram os problemas e não os mencionam, na esperança vã que isso os faça desaparecer por milagre, ou porque acreditam que concentrar-lhes atenções só vai aumentá-los. Eu não sou assim. Preciso de respostas para continuar, para me sentir segura. Preciso de poder dizer o que sinto, saber com o que posso contar (e com quem posso contar). Para seguir em frente.
Não é o fazer-me de coitadinha e andar a apregoar as minhas desgraças, nem remoer o mesmo assunto até à exaustão. É simplesmente enfrentar a situação (qualquer uma), analisar as opções possíveis, e tomar decisões. Quebrar o silêncio do medo.
Se calhar tenho de pagar a um psicólogo para isso. Para poder falar. E chorar à vontade. Sem que toda a gente à minha volta pense que eu vou desfazer-me em mil cacos. Não vou. Só preciso de tirar este peso enorme do peito que não deixa entrar o ar.

Ouvir e sentir (LXXIX)

Porque as palavras ficam guardadas até serem esquecidas...

Naturi Naughton
"Out Here On My Own"
Fame OST

domingo, 1 de novembro de 2009

Momentos (LXXXVI)

O puto mais velho telefonou ontem a perguntar se "não havia espiga" se viesse cá dormir com a C. Respondi-lhe qualquer coisa como "Tás parvo, é? A que horas vens?"
Quando chegaram já ele estava deitado, a C. adormeceu no sofá, e nós conversámos na cozinha, em voz baixa, um pouco de tudo e muito de nada, entre broas e fatias de bolo de chocolate "epá, já valeu a pena vir cá só pelo bolo... e para te ver, claro..." (pois, dá-me graxa que eu gosto...).
Hoje senti muito presente o meu conceito de família alargada, fazer almoço para os quatro a horas decentes, ir beber café com amigos (e ver as minhas princesas, cada vez maiores, os traços mais definidos e as personalidades mais vincadas), visitar a avó e jantar em casa do meu sogro, dez pessoas à mesa e a E. bem-disposta e curiosa a pedir e a receber toda a atenção e mimo a que os seus 7 meses têm direito.
Acabamos o dia a viciá-los no Machinarium, e a despedirmo-nos com a certeza que mais dias como este virão (e quando a mãe souber que ele anda à procura de casa aqui, até lhe dá uma coisinha má...).