terça-feira, 4 de abril de 2017

O nosso tempo


Posso passar o dia a mil, mas a partir do momento em que te vou buscar ao ATL e corres para os meus braços, quase sempre com um desenho na mão para me dar, o meu ritmo muda para se adaptar ao teu. Andamos devagar pela rua, de mão dada, paramos a cada três passos para apanhares uma flor ou veres os cactos, dizes que sou gordinha e fofinha na mesma frase para não doer tanto, dás saltinhos de alegria e páras para dançar todo desengonçado quando ouves música. Aproveitamos os últimos raios de sol no parque, ou gastamos as últimas energias a jogar à bola no shopping (as minhas, porque as tuas parecem ilimitadas, até caíres no sofá e adormeceres em menos de cinco minutos). A partir daquela hora sou tua e o meu tempo pertence-te. Mesmo que te diga a brincar que me gastas o nome de tantas vezes chamares "mãe, mãe, mãe", mesmo que revire os olhos quando começas a fazer birras  de sono ou de fome, sei que acabaremos os dois abraçados no sofá, tu a pedires mimo e eu a encher o coração com a tua ternura e a alma com a gratidão de te ter.

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