sábado, 31 de maio de 2014

... e de um coração novo...

Enquanto eu passei a manhã no cabeleireiro a tratar de ficar mais loura e a cortar quase metade do cabelo, o L. levou Peter Pan à estação para ele ver comboios (que ele chama "tutu") ao vivo. Depois teve a (infeliz) ideia de ir comprar um capacete para o puto... para irem os dois andar de bicicleta.
Ele já me tinha sondado sobre este assunto (ainda a criança não se aguentava de pé) mas na altura respondi que só o deixava sentar-se numa bicicleta quando houvesse capacete que lhe servisse (sem ficar largo) e quando ele chegasse com os pés aos apoios da cadeira. Pensava eu que isso era só praí aos três anos. Foi hoje.

(Ainda tinha uma leve esperança que ele começasse a chorar e não quisesse ir. Mas é claro que o miúdo adorou, é claro que não queria sair da cadeira e pedia "maix", andou o resto do tempo dentro de casa com o capacete na cabeça e foi um berreiro para lho tirar, e claro que amanhã já vão andar outra vez...)

Acho que vou precisar de terapia...

Hoje, pela primeira vez na vida, Peter Pan recusou o meu colo para beber o biberão de leite da manhã, e preferiu sentar-se sozinho no puff.

(Não podia haver um botão de "slow down" ali escondido algures?... só para ele ser o meu bebé durante mais algum tempo...)

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Superar as expetativas

Todos os anos por esta altura a empresa é convidada para o jantar de aniversário de um grupo de clientes, com espetáculo musical e sorteio de 50 viagens a um sítio qualquer (qualquer não é bem assim, há dois anos foi à Rússia, o ano passado foi à Argentina...). Normalmente calha-me a mim e a um colega o "frete" de marcarmos presença, já ando nisto há treze anos (mas viagem, nem vê-la...) e só falhei o ano passado, porque precisamente nesse dia Peter Pan foi internado com a infecção urinária.
Este ano a minha vontade de ir era abaixo de zero, mas trabalho é trabalho, e afinal acabou por ser dos melhores jantares, com direito a stand-up comedy do Aldo Lima, sessão de fados e João Pedro Pais para terminar a noite. Melhor, só se eu tivesse ganho uma das viagens a São Paulo (foi ao lado, ganhou o meu colega...).






Explicar

Li este texto aqui em baixo como quem se vê ao espelho de manhã, ainda com os olhos inchados (e se os meus andam inchados agora...). Depois reli e lembrei-me do meu irmão. E da cara que a maioria das pessoas fazia quando nos via a falar normalmente e até a rir, nos dias e semanas que se seguiram à morte da mãe. Até o L. me chegou a dizer que eu não tinha feito o luto. Que devia parar e chorar. E eu não consegui explicar-lhe então, e se calhar agora também não, mas este texto diz tudo. Aquilo que eu sinto, que penso, que acredito. 
Chorei tudo o que tinha de chorar naqueles dias. Aliás, chorei muito mais do que quando foi o meu pai. Porque nessa altura eu tinha de mostrar-me forte para a mãe, para ela não desabar. Agora já não tinha de me preocupar com ninguém. E chorei tudo o que precisei. Mas depois tomei consciência que tinha o maior motivo de todos para me mostrar forte: o meu filho precisava de mim. Não bastava todo o carinho e atenção e cuidado que o L. lhe deu naqueles dias (em que foi pai e mãe, e cumpriu o que lhe pedi "toma conta do Pedro, aconteça o que acontecer, só preciso que cuides dele"), ele precisava de mim, e eu não queria ser uma mãe triste e deprimida ao pé dele. E prometi a mim mesma (e aos meus pais) que ele iria continuar a ver-me sorrir e rir com as gracinhas dele, e que ía ser a mãe de sempre para que a sua felicidade e alegria não fossem afetadas.
Também acredito piamente que falar das situações negativas só serve para empolá-las e dar-lhes importância, e o que a maioria das pessoas chama de desabafar (que normalmente não passa de queixar-se de tudo e mais alguma coisa) só serve para atrair mais do mesmo. Não tenho feitio para coitadinha. Lambo as minhas feridas em silêncio e sozinha.  Reergo-me uma e outra vez. Aceito o que a vida me dá (ou me tira) e reorganizo-me de acordo com a nova realidade, uma e outra vez. Pergunto "e agora?", e faço por isso. Talvez porque acredito profundamente que tudo acontece por uma razão (mesmo que - ainda ou nunca - não a compreenda).

Com uma vénia (IX)

(A maior, a mais sentida...)

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Era só o que me faltava...

Pareço o Forest Whitaker em versão gaja loira.
(Maldita conjuntivite...)


segunda-feira, 26 de maio de 2014

Upgrade

Andámos vários dias a ponderar a decisão de trocar de operadora de televisão e net. Conseguíamos um valor mensal mais baixo do que tínhamos antes, e a net ainda tinha mais megas (factor muito importante por estas bandas). Problema: não tinha o BabyTV. O único canal de televisão que Peter Pan conhecia. Tinha outro, mas não é a mesma coisa. Não é tão clean, as imagens são mais confusas, não tem tantas músicas, e as que tem, não têm metade da piada. E por isso a decisão foi difícil, e mesmo depois de termos dado o salto, ainda passámos uns dias a pensar seriamente em voltar atrás.
Mas entretanto Peter Pan descobriu o Panda (para nossa desgraça, que agora temos de levar com aquilo todos os dias...) e agora quem tem saudades do BabyTV somos nós e não ele. E nós descobrimos que, devido a um equívoco do vendedor, que teve de admitir o erro, temos todos os canais TVCine em HD... à borla. Ontem, depois de ver o Oz, The Great and Powerful em todo o seu esplendor de cores vivas e definidas, finalmente admiti que tomámos a decisão certa.


sábado, 24 de maio de 2014

(Chama-lhe parvo...)

Peter Pan pára qualquer coisa que esteja a fazer(incluindo comer) e fica embasbacado a olhar de cada vez que passa o novo anúncio da Calzedonia.



sexta-feira, 23 de maio de 2014

Momento (CCLXV)

Peter Pan espreita pela porta da casa de banho onde estou a acabar de me pentear, pijama cheio de bonecada colorida, olhos ainda inchados do sono profundo da noite, caracóis loiros em desalinho numa juba de leão macia, estende-me os braços abertos e com um sorriso capaz de derreter diamantes, diz "Dá colo".

(Pronto, já ganhei o dia).

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Há gostos que não mudam

Continuo a ficar fascinada com a criatividade de quem olha para um arbusto, um corrimão de uma escada, uma racha na parede, e faz arte assim.








terça-feira, 20 de maio de 2014

Mais uma conquista

A primeira frase de Peter Pan foi "Ête é o Puh!!!"



(E eu divido-me entre o orgulho deliciado por cada nova conquista e o assombro saudosista de o ver crescer tão depressa).

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Momento (CCLXIV)

Receber um presente de manhã, só porque sim, só porque se lembraram de mim.


Ir à piscina com Peter Pan e ver os avanços espantosos que já fez, ele que não aceitava as braçadeiras de forma nenhuma, e assim que descobriu para que serviam, começou a andar sozinho na água, louco de alegria; ele que adora que o atirem ao ar e mergulhar e já faz os gestos certos para vir à tona, ele que me deixa tão, mas tão orgulhosa, e ao mesmo tempo com o coração apertado quando o vejo debaixo de água mais de dois segundos (sou uma caguinchas, é o que é...).

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Ouvir e sentir (CXCIII)

Iyeoka
"Soundtrack To Life"


Momento (CCLXIII)

Um presente para Peter Pan. Com o orgulho babado do L. E a minha alegria infantil.




terça-feira, 13 de maio de 2014

Sonhar acordada (IV)

É que até consigo ouvir o silêncio...


Visto aqui.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Deixar(-me) a sorrir


Visto aqui.

Momentos (CCLXII)

Uma manhã diferente. Arriscar um salto em frente. Ser eu própria. Não tenho nada a perder. Fazer o meu preço, lançá-lo ao ar e acreditar que, se estiver destinado, será. Almoçar com o L. uma lasanha caseira e fumegante num restaurante por-trás-do-sol-posto, no alto da serra, rodeado de nada. Ouvir as gargalhadas de Peter Pan enquanto lhe faço cócegas, no tempo que é só dele, só nosso, os mimos do final de dia.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Momentos (CCLXI)

Tirar o dia para ir às compras. Apanhar a Paula pelo caminho. Escolher calções, t-shirts, camisas, chapéus. Tudo para Peter Pan (vai ficar tão giro!!!). Ver o L. todo babado à procura de brinquedos. Quando o empregado da loja lhe disse que o que ele pretendia estava na secção científica, até inchou de orgulho.

Devorar sushi como se não houvesse amanhã no Sushi Factory (muito bom),  passear devagar pelas lojas (a Kare é simplesmente magnífica,  a Lifetime Kids Rooms é um sonho, e eu podia ganhar tanto dinheiro a fazer aquelas mantas de crochet...) sem olhar para o relógio, sem pensar em mais nada a não ser aproveitar o momento e a companhia.


(Foto da Paula)