segunda-feira, 31 de março de 2014

Isto agora não tem nada a ver com nada

No outro dia ele chamou-me para ver um site que à partida sería  a coisa mais sem gracinha do mundo, mas que está tão bem conseguido que me deixou de sorriso na cara. Isso e o facto de ele se ter lembrado como eu gosto de coisas assim: publicidade bem conseguida, imagens que comovem ou simplesmente são tão "fora da caixa" que se tornam divertidas e deixam uma marca.

domingo, 30 de março de 2014

Momento (CCLIX)

Ele sai para beber café e regressa com duas fatias gigantes de bolo. Uma de bolo de chocolate com recheio de mousse de morangos. A outra com camadas alternadas de pão de ló, bolo de chocolate e doce de frutos vermelhos. Comemos do mesmo prato enquanto Peter Pan esfrangalha o que consegue com os dedos e a colher. Sorrio pela doçura, não dos bolos, mas do momento.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Alimentar a alma

Já conhecia o site Feed your Soul há uns anos, mas só agora me lembrei dele porque queria pôr mais alguns quadros no quarto de Peter Pan, e não sabia com o quê. É que as imagens estão disponíveis gratuitamente, e são lindíssimas, coloridas e inocentes, um verdadeiro alimento para a alma.
Pintei de branco duas molduras de madeira e escolhi estas duas gravuras, tão a minha cara, tão aquilo que quero para o meu filho.



terça-feira, 25 de março de 2014

O meu puto grande

O meu Amor grande faz quarenta anos. Vi-o crescer nos últimos vinte anos. Sem perder a irreverência de quem nunca cresceu completamente. Continua a ser um puto reguila e desbocado. Continua a fazer-me rir. Muito mais do que perder a paciência. Ganhou charme mas não perdeu a desarrumação. Venceu a guerra contra a "ditadura dos barbeados" mas rendeu-se de joelhos a um tipo de amor que desconhecia e não fazia ideia que podia ser tão forte e derrubar trincheiras só com um sorriso de bebé. Deixou cair a capa de durão aos pés minúsculos de três quilos de gente, mas não perdeu a alcunha de "mau-feitio" que é a sua imagem de marca. Hoje como há vinte anos, é o meu companheiro e amigo, pai do meu filho e amor da minha vida. E o meu orgulho em vê-lo crescer assim é imenso. 

I'll be there catching your tears
Before they fall to the ground...


Bruce Dickinson
"Change Of Heart"


Me-do

Fazer uma visita guiada a uma turma de dezoito fedelhos de oito ou nove anos.
(Com a paciência com que estou hoje...)

Moer o juízo

Retiro o que disse ontem. A birra desta manhã mais parecia um ataque terrorista a explodir-me os tímpanos, a minar-me os neurónios, e a esfrangalhar todo o meu sistema nervoso central. Se isto é a famosa fase dos dois anos, vou ter de comprar tampões para os ouvidos e começar a enfardar xanaxs...

segunda-feira, 24 de março de 2014

Momento (CCLVIII)

A primeira palavra de Peter Pan de manhã é "bolacha". Não é mãe, nem papá, nem leite. É mesmo "bolacha". É impossível acordar mal disposta depois disto...

domingo, 23 de março de 2014

Momento (CCLVII)

Saímos de casa de mansinho (tão mansinho quanto possível quando se tem um texugo falador a correr pela casa...) para deixar o pai dormir descansado na sua manhã "de folga" e fomos brincar para o parque.


terça-feira, 18 de março de 2014

Ver a beleza

Todos os dias passo por esta rua. Admiro as fachadas antigas de paredes coloridas e invejo os jardins estimados de quem tem tempo para cuidar deles. Os primeiros raios de sol e sopros de calor fazem desabrochar todas as flores e tornam as cores ainda mais vivas. Finalmente, a luz inunda as nossas manhãs.


domingo, 16 de março de 2014

Momento (CCLVI)

Almoço de aniversário de um amigo, numa antiga adega transformada em típica taberna. Chamam-lhe Pei.xe Frito. Quem passa à porta não dá meio tostão por aquilo, e os locais a beber tacinhas de vinho à entrada também não ajudam. Mas assim que olhei em volta soube que ía gostar de tudo. A decoração tradicional cheia de posters alusivos a touradas, os banquinhos de madeira, a mesa construída em volta da prensa  (não levei a máquina fotográfica, falha imperdoável, tive de ir procurar fotos no Google), a voz de Mariza nos altifalantes, o peixe frito com açorda de ovas, o pernil de porco assado no forno, o boi no tacho, o arroz doce e a sericaia, estava tudo de chorar por mais.

(Depois disto fomos para casa dormir a sesta, todos).





Momento (CCLV)

Ver Peter Pan a levantar-se do chão, sem ajuda e sem procurar apoio. Aos 21 meses perdeu finalmente o medo e começou a andar sozinho este fim de semana. Sem pressões, sem (muitas) preocupações. Começou a andar quando se sentiu seguro. Quando quis. E eu que durante algum tempo me senti incomodada com a situação e com dúvidas (principalmente com a cara que me faziam quando respondia à pergunta "Então, já anda?") enchi-me de orgulho comovido com mais uma conquista do nosso amor pequenino, e voltei a ficar deslumbrada por esta dádiva de ver um ser humano a crescer e a aprender todos os dias que o mundo é grande e tem tanto para ver e cheirar e tocar.

sábado, 15 de março de 2014

Pechinchas

Três por um euro (só me faltou bater palmas...)


sexta-feira, 14 de março de 2014

Nó na garganta

"(...) o meu pai nunca me conheceu mãe. custa-me que os meus filhos não tenham conhecido o meu pai. mas não me custa que o meu pai não me tenha conhecido mãe. quereria ser apenas filha, a vida toda, na vida dele."



Estes são os meus talheres preferidos. Estes, que o meu pai trouxe de Angola para oferecer à minha mãe, uso-os todos os dias, nos jantares que significam família e partilha.

(Obrigado, Catarina)

quinta-feira, 13 de março de 2014

Preciso urgentemente de "criar" qualquer coisa

Já estou à demasiado tempo quieta, sem fazer nada que envolva lãs ou tintas, criatividade e algumas noites perdidas, e a satisfação de ver algo saído das minhas mãos.
As nossas mesas de cabeceira começaram a ganhar humidade e cheiro a mofo, preciso de arranjar uma alternativa, de preferência sem gastar dinheiro. Ainda por cima, como não temos cómoda, elas têm obrigatoriamente de ter gavetas, porque o espaço de arrumação faz-nos falta.
Depois do sucesso do armário do meu sogro, vou novamente vasculhar o sotão dele à procura de uns móveis com gavetas, usar aquela lata de tinta branca que anda cá por casa a rebolar sem destino, e ganhar duas mesas de cabeceira exclusivas. Na loucura ainda experimento a técnica de patina para lhes dar um ar mais rústico (se conseguir ter tanto jeito para a bricolage como tenho para sonhar e inventar...).


quarta-feira, 12 de março de 2014

Porque nunca se esquece...

Só a palavra em si é desconfortável e faz qualquer um baixar os olhos. Infertilidade. A primeira vez que a ouvimos, ou nos apercebemos do que isso vai implicar no nosso futuro, parece uma sentença de morte. Sei do que falo. Foram seis anos. De espera, de tentativas, de esperanças, de injecções, de desilusões. E não o esqueço. Principalmente porque quero muito ter outro filho, e possivelmente terei de voltar a fazer tudo outra vez. Mas agora será diferente. Porque sei que é possível. Porque tenho um filho lindo e saudável e gorducho com quase dois anos, concebido ao quarto tratamento de procriação medicamente assistida. 
Mas muitos casais não têm esta sorte. Ao todo são 500.000 casais. Só em Portugal. Os olhares envergonhados e os sorrisos de cumplicidade que se trocam nas salas de espera das consultas só são percebidos por quem sabe. Por quem não esquece.
Por isso hoje deixo aqui um link para uma petição que procura pedir mais apoios do Estado a quem enfrenta a infertilidade. Porque, além de tudo, nós (porque me incluo aqui, sem vergonha ou auto-piedade) lutamos contra o tempo, quando o tempo de espera para uma consulta no público é de três a quatro meses (só para mostrar o resultado dos exames e análises...). E recorrer ao privado significa ter de dispor de valores exorbitantes, que a maioria das pessoas não tem.
Quem quiser assinar a petição, pode ir AQUI. Eu já assinei.
Obrigada.

terça-feira, 11 de março de 2014

Pequenos mimos

Para saudar a Primavera. Para refrescar a casa. E alegrar o espírito. Um frasco bonito para encher de bolachas e wafles. A almofada que faltava para contrastar com a parede ocre do hall de entrada. Um vaso de mangericão para encher a cozinha de um cheiro bom.




segunda-feira, 10 de março de 2014

Ouvir e sentir (CXC)

A melhor forma de começar o dia.

Imagine Dragons
"Who we are"


sexta-feira, 7 de março de 2014

Embalar(-me) (VIII)

The paper kites
"Bloom"





quinta-feira, 6 de março de 2014

Ouvir e sentir (CLXXXIX)

Acabei de ouvir isto, reconheci a voz, o estilo, mas não conhecia o tema. Achei que combinava com a luz maravilhosa que entra pela janela e me aquece a alma. Tinha tantas saudades do sol.

Coldplay
"Cemeteries of London"


terça-feira, 4 de março de 2014

Voltei a gostar do Carnaval (II)


Breve vislumbre de outras vidas

Durante duas horas tive uma ligeira noção do que é ter muitos filhos. Ou uma pequena creche. Vi-me sozinha em casa com Peter Pan e os três filhos da A. e do B. A mais velha com quatro anos e meio, a mais nova da idade de Peter Pan. Esconder todas as canetas de feltro antes de eles chegarem. Mudar fraldas a três e ir a correr para a casa de banho quando a M. dizia "quero fazer chichi, estou mesmo aflita!!!". Dar bolachas aos quatro alinhados na cozinha, tipo linha de montagem. Fazer castelos e comboios de legos, e tudo o que a imaginação deles consegue sonhar. Gerir as brigas e o "eu quero!!!!!" e o "é meu!!!". Ler livros e ensinar a partilhar:
- Tens cinco livros na mão e ele quer um, empresta-lhe e assim brincamos todos...
- Não quero!!! Ele não brinca!!!!
- Ok, se queres brincar sozinho, eu também não brinco contigo
(ao ver-me afastar para perto das meninas, foi dar dois livros a Peter Pan, veio dar-me dois livros e disse "vamos brincar todos"...)
Só me arrependi de não ter escondido também a flauta. O J. marchava pela sala a soprar furiosamente. Aguentei uma meia hora daquilo antes de a minha cabeça querer rebentar. Pedi desculpa mas acabei com a brincadeira. Também tenho de aprender a gerir os amuos. E os "não gosto mais de ti".
Sempre disse que dois filhos era o ideal, tudo o que não possa agarrar com as duas mãos já é de mais. Hoje tive a certeza.


sábado, 1 de março de 2014

Não prometo nada

A culpa disto é da Catarina. Acompanhei pelo blog, desde o inicio, a mudança de hábitos (mudança de vida mesmo) que levaram a menos quinze quilos e um ar mais feliz. Entretanto fiz o workshop de cozinha vegetariana, mais porque era de uma amiga do que por real interesse em mudar de tipo de alimentação. Depois li o livro da Catarina em duas noites, absorvida pela escrita doce tão familiar mas acima de tudo pela coragem de fazer (e tornar publica) a viagem interior que a levou a tomar a decisão de comer melhor (realmente o titulo do livro é enganador, não tem nada a ver com dietas). E no fim do livro aparece um conjunto de receitas que devem ser mesmo boas, e me deixaram com vontade de experimentar. E pronto, foi assim que ganhei coragem para comprar o tofu e mais uns sacos cheios de coisas verdes e saudáveis. 



Não é para perder peso, porque os dois quilos a mais com que fiquei depois da gravidez só ainda aqui andam devido à minha preguiça crónica, bastava voltar a saltar à corda três vezes por semana e desapareciam num instante... mas... não tenho tido tempo... Não vou deixar de comer carne, nem bolachas Oreo, nem bolo de chocolate (ou do que quer que seja), mas se puder fazer refeições mais saudáveis para toda a familia, agora que Peter Pan já come o segundo prato connosco, acho que ficamos todos a  ganhar.
Por tudo isto, hoje o jantar foi abóbora, batata doce e alho francês assados no forno, com tomilho, mel e laranja (e pernas de frango assadas) e amanhã temos bolonhesa de tofu.



Espantar(-me)

Comprei sementes chia... e tofu...